A decisão sobre a realização de júri popular para julgar Jonathan Henrique Conceição dos Santos, acusado de matar a pernambucana Patrícia Roberta em abril deste ano, foi adiada pela juíza do 2º Tribunal do Júri da Capital, Francilucy Rejane de Sousa Mota.
A audiência de instrução foi realizada nesta sexta-feira, por vídeoconferência, e contou com depoimentos de testemunhas ministeriais e de defesa. Segundo o Termo de Audiência do Tribunal de Justiça da Paraíba (TJPB), Jonathan se recusou a dar depoimento.
Na audiência, também foi solicitada pela defesa do acusado a dispensa de José Márcio Soares dos Santos e Ivyna Maria Oliveira, pai e companheira de Jonathan, respectivamente. No entanto, o depoimento de Ivyna foi mantido.
“A declarante foi a única pessoa que se tem notícias nos autos que esteve no local onde supostamente foi praticado o crime durante o período em que a vítima ainda se encontrava no local sendo seu depoimento imprescindível para esclarecimento dos fatos”, explicou a juíza, no termo.
Após todos os depoimentos, a juíza deu a sessão por encerrada e concedeu às partes o prazo de cinco dias para alegações finais.
Moradora de Caruaru-PE, Patrícia Roberta veio à capital paraibana no dia 23 abril para encontrar um Jonathan Henrique, a quem conhecia há mais de dez anos, segundo familiares.
No dia 24, por chamada de vídeo, ela contou à mãe que Jonathan havia saído e a deixado trancada no apartamento dele, onde ela estava hospedada, no bairro de Gramame. A mãe da jovem diz ter percebido que Patrícia estava triste e abatida. À noite, enviou mensagem para a filha e Patrícia informou que Jonathan ainda não tinha chegado ou dado notícias.
No dia 25 de abril, às 11h46, Patrícia Roberta avisou à mãe que Jonathan já estava no apartamento. Às 12h06, a jovem disse que o amigo iria acompanhá-la na viagem de volta para Pernambuco e já havia comprado as passagens. Esse foi o último contato dela com a família.
Preocupados, os pais da jovem vieram até João Pessoa no dia 26 de abril para procurá-la e acionar a polícia. As buscas oficiais começaram no dia seguinte. Durante as investigações, a polícia teve acesso a imagens de câmeras de segurança que mostravam o suspeito carregando um carrinho de mão com um tambor de lixo. Um tempo depois, ele volta a aparecer na gravação, desta vez em uma moto e com algo semelhante a um corpo.
Ainda em 27 de abril, o corpo de Patrícia Roberta foi encontrado em uma região de mata no bairro de Gramame. Ela estava dentro do tambor de lixo. Os pés da jovem estavam amarrados e o corpo envolvido em lençol e plástico. Jonathan Henrique foi localizado e preso à noite. No apartamento dele, a polícia encontrou uma lista com nomes de mulheres, um altar com livros de magia e indícios de acesso à ‘deep web’.