Hospitais da Paraíba estão cancelando cirurgias eletivas por causa da greve dos caminhoneiros. Pelo menos 110 procedimentos foram adiados devido à paralisação em instituições de João Pessoa e Campina Grande. A alimentação de funcionários e acompanhantes também teve que ser suspensa em algumas unidades.
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No Hospital Universitário Lauro Wanderley, em João Pessoa, ao menos 90 cirurgias eletivas devem ser suspensas até a próxima sexta-feira (1º). De acordo com a assessoria, as suspensões começaram na sexta passada (25), mas os pacientes estão sendo informados e tendo os procedimentos reagendados. Ao todo, até esta terça (29), 55 cirurgias já foram adiadas.
Já no Hospital Dom Pedro I, em Campina Grande, até esta quarta-feira (30), pelo menos 20 cirurgias terão que ser reagendadas. De acordo com o diretor do local, Joanildon Marinho, a expectativa é que na próxima semana a situação esteja regularizada.
No Complexo Hospitalar de Mangabeira Tarcísio de Miranda Burity (Ortotrauma – ‘Trauminha’), localizado no bairro de Mangabeira, em João Pessoa, as cirurgias eletivas também tiveram que ser canceladas até que a situação se normalize. A assessoria não informou quando os procedimentos serão feitos, mas garantiu que os pacientes não correm risco de morte.
Ainda no ‘Trauminha’, foram suspensas, desde essa segunda-feira (28), as refeições que eram fornecidas a funcionários e acompanhantes de pacientes. Outra mudança foi o cancelamento de cirurgias eletivas. Os procedimentos ainda não têm data para serem realizados.
Os funcionários recebiam o almoço e jantar, conforme escala de trabalho. Já os acompanhantes tinham direito a três refeições diariamente. A assessoria do hospital garantiu que assim que a situação for normalizada as refeições voltarão a ser oferecidas.
De acordo com o hospital, a medida foi necessária para garantir a alimentação dos pacientes por conta do desabastecimento de gás de cozinha que atinge toda a cidade.
Hospitais de Trauma seguem sem problemas
Já os hospitais de Trauma de João Pessoa e Campina Grande afirmaram que a situação está normal nas duas unidades.
Federação
Em nota, a direção da Federação Brasileira de Hospitais (FBH) repudiou o bloqueio do transporte e do acesso de medicamentos, equipamentos e outros insumos aos hospitais e clínicas.
“Entendemos, e apoiamos, os movimentos organizados que reivindicam diminuição da alta carga tributária que incide sobre serviços e melhores condições de trabalho e remuneração. Até porque uma grande luta da FBH é por uma reforma tributária que diminua e simplifique os encargos fiscais absurdos que pesam sobre qualquer setor produtivo nesse país, especialmente o da saúde”, diz a nota.
A entidade pede a desobstrução imediata das estradas. “Clamamos por sensibilidade e bom senso do Governo Federal – Presidência, Casa Civil, Ministério da Segurança, e das lideranças do movimento de paralisação dos caminhoneiros, para que promovam urgentemente a desobstrução do tráfego de estradas e vias para que os veículos que transportam suprimentos hospitalares possam trafegar livremente. A falta de suprimentos nos hospitais pode redundar em questões de vida ou morte para os cidadãos brasileiros usuários do sistema de saúde”.