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‘Poderia ser evitado’, diz professor sobre casos da chuva

As prefeituras de João Pessoa e de outros municípios paraibanos precisam mapear os pontos mais vulneráveis aos dias de chuva para evitar transtornos como os que ocorreram na quarta-feira (13) na Capital. É o que aponta Francisco Sarmento, mestre em Recursos Hídricos e professor da Universidade Federal da Paraíba (UFPB).

A chuva que foi registrada entre a noite de terça (12) e quarta (13) em João Pessoa deixou alagamentos em diversas ruas e avenidas, semáforos desligados, cratera, atraso na circulação de linhas de ônibus e trens paralisados.

De acordo com Sarmento, o que houve na Capital não foi um evento de chuva qualquer, mas poderia ter sido evitado se, no mínimo, existisse o mapeamento dos pontos que dão mais problemas.

“Se o mapeamento existir, na medida da disponibilidade de recursos financeiros, o Município vai resolvendo esses problemas por ordem de gravidade, ou seja, desde aqueles mais impactantes para a população até os de menores consequências, evitando essas ocorrências graves”.

O mestre ainda estendeu a responsabilidade a todas as cidades da Paraíba e aos paraibanos, que, segundo ele, precisam colaborar. “Não se pode depositar lixo em locais indevidos, pois quando chove, tudo é transportado para as bocas de lobo, impedindo que as galerias pluviais trabalhem, dando escoamento às águas”.

Problemas na infraestrutura

Francisco explicou que muitas cidades brasileiras ainda enfrentam problemas de infraestrutura para chuvas intensas, como aconteceu na quarta (13) em João Pessoa e região metropolitana.

“Há que se diferenciar duas situações. A primeira delas é quando as chuvas são de intensidade rara, pouquíssimo frequentes e, consequentemente, muito danosas, mesmo quando se dispõe de infraestrutura. É preciso lembrar que as obras de engenharia desse tipo são dimensionadas para suportar um evento de chuva com certa raridade predefinida, em geral, chuvas que em média ocorrem pelo menos uma vez a cada 5, 10, 15 ou 20 anos, a depender do tipo de obra (se é uma sarjeta, uma galeria pluvial etc.)”, explicou.

“A segunda situação a ser diferenciada é quando falta infraestrutura compatível com os problemas encontrados em certas partes da cidade quando da ocorrência de chuvas intensas. Na quarta (13) precipitou sobre João Pessoa uma lâmina d’água superior a 110 mm em menos de 24 horas. Para se ter uma ideia, isso representa 110 litros em cada metro quadrado da cidade. Ou seja, não foi um evento de chuva qualquer”, finalizou.

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