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‘Não é um cérebro normal’, diz médico sobre Patrick Nogueira

Uma imagem que foi mostrada ao júri popular aponta que o cérebro de Patrick Nogueira tem danos sofridos no lobo temporal direito. Especialistas alegam que essa lesão poderia ter influenciado o assassinato dos tios, Marcos Nogueira e Janaína Diniz, e dois primos crianças, na Espanha. A informação é do canal de TV espanhol La Sexta, por meio de seu portal na internet.

Leia também: Polícia diz que Patrick tentou dificultar investigação na Espanha

“O comportamento e personalidade estão no cérebro”, disse José Miguel Gaona, psiquiatra. É a primeira vez que um teste desse tipo é usado durante um teste na Espanha e quase toda a estratégia de defesa é baseada nele. “Não é um cérebro normal, é um cérebro doente”, afirmou Antonio Maldonado, médico especialista em medicina nuclear.

Durante uma entrevista na prisão, Patrick disse a Gaona que muitas crianças e mulheres morreram na guerra e nada acontece, uma tremenda falta de empatia que, para o especialista, foi fundamental para se indicar que houve dano neurológico: “Aquele hemisfério do cérebro domina as emoções, a empatia, os hemisférios não são iguais”, declarou o psiquiatra.

Esse dano cerebral, dizem eles, causa certos traços de psicopatia. Os especialistas defendem que Patrick poderia agir por impulso e que não sabe como administrar sua raiva.

Esta é uma análise muito diferente da apresentada pelos peritos da promotoria, que asseguraram que havia planejamento e conscientização nos quatro assassinatos.

Entenda o caso

Patrick Nogueira se entregou às autoridades espanholas no dia 19 de outubro de 2016 e confessou ter matado os familiares após sentir ódio incontrolável. Em depoimentos, ele disse “gosto de ser mau” e que teria sentido “necessidade de matar” a família.

“Matei os quatro porque me parecia cruel matar só o Marcos. Não ia deixar uma família sem marido e sem pai. Eles não sofreram, não resistiram, não gritaram. Foi muito rápido”, declarou o assassino na época à emissora de TV Antena3.

Todas as vítimas foram mortas da mesma forma: com faca cravada no pescoço, rompendo a artéria aorta e a jugular. Ele matou primeiro Janaína, depois as crianças. Marcos Campos foi atacado instantes depois, ao chegar do trabalho, sem ter chance de reação. Depois, Patrick usou uma faca maior para esquartejar os tios. Os corpos dos adultos e das crianças foram postos em sacos plásticos.

No depoimento, Patrick ainda compromete o amigo Marvin Henriques Correia, preso em João Pessoa após a Polícia Civil apontá-lo como cúmplice do crime. O assassino confesso disse que conversou com Marvin enquanto cometia os crimes. A defesa do suposto cúmplice, no entanto, diz que o diálogo só aconteceu após as quatro mortes. Para a Justiça brasileira, Marvin já sabia que Patrick iria matar os parentes.

Ainda de acordo com a Antena3, Patrick contou que dormiu até tarde no dia em que cometeu os crimes, pois “tinha que estar descansado”. Os assassinatos, conforme declaração de Patrick, foram premeditados. “Três dias antes, senti necessidade de matar. Isso acontece com frequência, desde os 12 anos. Quando acontece, eu bebo muito”, revelou.

Ele disse também que voltou à Paraíba depois de matar os parentes não com a intenção de fugir, mas porque queria se despedir dos familiares. Patrick se entregou à polícia espanhola no dia 19 de outubro de 2016. Ele permanece preso desde então.

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