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O que muda com lei que garante direitos trabalhistas aos motoristas de aplicativo?

Proposta incluem uma série de medidas abrangentes, como a oficialização do reconhecimento dos motoristas como “trabalhadores autônomos por plataforma”
Motoristas empresas de aplicativo
Motoristas serão incluídos no Regime Geral como contribuintes individuais (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

Um projeto de lei complementar, assinado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva nesta segunda-feira (4), propõe mudanças na relação entre os motoristas de aplicativos e as plataformas.

As principais alterações propostas incluem uma série de medidas abrangentes, como a oficialização do reconhecimento dos motoristas de aplicativos como “trabalhadores autônomos por plataforma” para fins trabalhistas.

A iniciativa tem o objetivo de proporcionar uma base de direitos e benefícios à categoria e visa melhorar as condições de trabalho desses profissionais por meio de medidas em áreas como remuneração, previdência, segurança, saúde e transparência.

O advogado Renan Albuquerque explica que as medidas incluem inovações como jornada de trabalho e contribuição à previdência social.

O trabalhador vai ter uma limitação de jornada por aplicativo. Ou seja, ele vai ter um teto de 12 horas para atuar, tendo como o mínimo oito horas, para que receba um salário mínimo estabelecido com valor por hora, que é R$ 32,09

Renan Albuquerque, advogado

Com a nova lei, que ainda será votada no Congresso, 25% do valor que os motoristas de aplicativo receberem vai ser destinado para a contribuição social, que vai contar para a aposentadoria.

Sem vínculo empregatício

A medida, no entanto, não garante vínculo empregatício entre os motoristas e as plataformas, o que daria direito a férias remuneradas e 13º salário, por exemplo.

A gente vai ter uma discussão muito ampla quanto a isso. Por que, querendo ou não, o aplicativo terá sua vantagem. Por outro lado, o trabalhador também vai ter a contribuição social, uma garantia dos valores mínimos, mas a partir daí alguns trabalhadores que até excediam esse período de horas vão ficar limitados

Renan Albuquerque, advogado

A mudança também pode abrir precedente para outras decisões da Justiça em relação ao vínculo entre empresas e funcionários.

“Toda nova legislação abre uma continuidade para uma nova interpretação. A partir do momento que temos uma inovação de mercado, com um novo modelo de contratação, podem haver novos entendimentos pelos tribunais. Vem acontecendo um quesito contra os aplicativos em relação a aplicações de multas para reconhecimento de vínculo, então, e agora, como é que vão ser esses entendimentos? Então estamos com um novo mercado e novos entendimentos para jurisprudências”, disse o advogado.

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