Os operadores de ônibus de Campina Grande paralizaram as atividades durante a manhã desta quinta-feira (14) em protesto. O Sindicato dos Motoristas alega que há atraso nos salários dos trabalhadores. A estimativa é de que os veículos fiquem parados durante duas horas, dentro e fora do Terminal de Integração, no Centro da cidade.
De acordo com o presidente do Sindicato dos Motoristas, Antonino Macedo, os empresários do setor enfrentam dificuldades para fechar a folha de pagamentos e estariam descumprindo acordos firmados em convenção coletiva.
O presidente alertou que o sistema de transporte público de Campina Grande “está falido”, mas que isso não deve ser repassado para os trabalhadores, que permanecem ativos e merecem receber os salários em dia.
O Sindicato de Trânsito e Transportes Públicos (STTP) não comentou a situação. O secretário da Pasta Municipal, Félix Neto, se limitou apenas a dizer: “o transporte em crise”.
O Sindicato das Empresas disse que há queda no número de usuários e reconhece o risco de novas paralisações do serviço. “Sem passageiros, Sitrans reconhece que novas paralisações podem acontecer e falência do sistema é uma realidade”, disse em nota.
O diretor institucional do Sitrans, Anchieta Bernardino, argumentou que a situação enfrentada atualmente pelas empresas, em função da redução significativa dos passageiros transportados, está dificultando o cumprimento das obrigações empresariais, principalmente com o pagamento da folha salarial.
Outro agravante apresentado pelo dirigente das empresas é o crescimento exponencial dos benefícios concedidos pelo Poder Público, que já representam 40% dos passageiros transportados, que ganharam o privilegio da meia tarifa ou de 100% da gratuidade
“Nos últimos meses, segundo Anchieta Bernardino, as empresas estavam recorrendo a empréstimos bancários para honrar os compromissos financeiros, mas, sem faturamento, as empresas não conseguem mais ter acesso ao crédito bancário”, disse Bernardino.
Em 27 de janeiro deste ano, começaram a vigorar os reajustes de tarifa do sistema de transporte público da cidade. Após polêmicas e adiamentos, a tarifa de ônibus de Campina adotou a mesma ideia executada em João Pessoa: dois valores.
Usuários do serviço desembolsam R$ 3,60 na bilhetagem eletrônica e R$ 3,70 para pagamento em dinheiro na catraca. Os reajustes correspondem a 9% e 12%, respectivamente, frente aos 3,75% de inflação oficial registrados em 2018.
Dados divulgados no fim do ano passado pela STTP mostram os custos do serviço de transporte de Campina Grande.