O paraibano François Patrick Nogueira Gouveia, assassino confesso dos tios, Marcos Nogueira e Janaína Diniz, e dois primos crianças, em crime que ocorreu no dia 18 de setembro de 2016 na província espanhola de Guadalajara, a 60 quilômetros da capital espanhola, Madri, participou nesta quarta-feira (24) do primeiro dia de julgamento que pode condená-lo a prisão perpétua.
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Conforme o jornal El País, durante o julgamento Patrick Nogueira pediu perdão à sua família e não respondeu questionamento do Ministério Público espanhol, mas apenas de sua advogada, alegando que teve uma infância sofrida, era vítima de bullying no colégio e sofria de alcoolismo.
Nas argumentações, tanto o Ministério Público espanhol quanto os advogados de acusação requereram prisão perpétua para Patrick, com possibilidade de revisão da pena.
Neste primeiro dia de julgamento, segundo o El País, o advogado de acusação afirmou que todo o crime foi premeditado por Patrick, que começou os assassinatos aproveitando o momento em que o tio não estava em casa, atacando primeiramente Janaína.
O El País também informou que após assassinar Janaína, com um golpe de faca no pescoço, Patrick foi matar os primos. Em seguida, ele aguardou a chegada do tio para também o assassinar com um golpe de faca no pescoço. Por fim, Patrick esquartejou os tios e colocou os corpos em sacos plásticos, assim como as crianças.
Ainda segundo o El País, durante todo o momento em que praticava os crimes, Patrick se comunicava com Marvin Henriques Correia, apontado como cúmplice dos assassinatos, informando detalhes das mortes por mensagem de texto e fotos.
O julgamento segue nesta quinta-feira (25) até o dia 31 de outubro, quando o júri deverá sentenciar Patrick.
Patrick Nogueira se entregou às autoridades espanholas no dia 19 de outubro de 2016 e confessou ter matado os familiares após sentir ódio incontrolável. Em depoimentos, ele disse “gosto de ser mau” e que teria sentiu “necessidade de matar” a família.
“Matei os quatro porque me parecia cruel matar só o Marcos. Não ia deixar uma família sem marido e sem pai. Eles não sofreram, não resistiram, não gritaram. Foi muito rápido”, declarou o assassino na época à emissora de TV Antena3.
Todas as vítimas foram mortas da mesma forma: com faca cravada no pescoço, rompendo a artéria aorta e a jugular. Ele matou primeiro Janaína, depois as crianças. Marcos Campos foi atacado instantes depois, ao chegar do trabalho, sem ter chance de reação. Depois, Patrick usou uma faca maior para esquartejar os tios. Os corpos dos adultos e das crianças foram postos em sacos plásticos.
No depoimento, Patrick ainda compromete o amigo Marvin Henriques Correia, preso em João Pessoa após a Polícia Civil apontá-lo como cúmplice do crime. O assassino confesso disse que conversou com Marvin enquanto cometia os crimes. A defesa do suposto cúmplice, no entanto, diz que o diálogo só aconteceu após as quatro mortes. Para a Justiça brasileira, Marvin já sabia que Patrick iria matar os parentes.
Ainda de acordo com a Antena3, Patrick contou que dormiu até tarde no dia em que cometeu os crimes, pois “tinha que estar descansado”. O assassinatos, conforme declaração de Patrick, foram premeditados. “Três dias antes, senti necessidade de matar. Isso acontece com frequência, desde os 12 anos. Quando acontece, eu bebo muito”, revelou.
Ele disse também que voltou à Paraíba depois de matar os parentes não com a intenção de fugir, mas porque queria se despedir dos familiares. Patrick se entregou à polícia espanhola no dia 19 de outubro de 2016. Ele permanece preso desde então.