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Projeto do Unipê tem ponto de descarte de material eletrônico

Computadores descartados passam por reciclagem para serem doados

O problema do resíduo eletrônico gerado no mundo não é tão simples: em geral, esses produtos, como monitores ou liquidificadores, possuem químicos nocivos à saúde humana, animal e ao meio ambiente. Mas há iniciativas que tentam recuperar esses materiais e dar um melhor destino para eles. É o caso do projeto de extensão Apoio à Inclusão Digital (AID), dos cursos de TI do Unipê.

O AID é realizado por alunos da área de TI, supervisionados por professores, e o objetivo é receber computadores e materiais de informática sem uso ou danificados, reciclá-los e dar-lhes uma destinação correta. Segundo o coordenador do projeto e Prof. Me. Viviano Medeiros, o material reciclado é doado para pessoas quem não têm condições de comprar um novo. Daí a inclusão digital.

São dois públicos que recebem: o interno, de alunos de todas as áreas do Unipê; e o externo, das comunidades da cidade. A doação é feita após uma triagem. “O Unipê, pelo AID, recebe esse material e o encaminha para quem esteja precisando, principalmente computadores, monitores e materiais de informática em geral. Nosso primeiro trabalho é receber produtos que ainda funcionam e encaminhar para pessoas necessitadas”, conta Viviano.

O ponto fixo de coleta do AID fica no Auditório do Unipê, no Campus da Instituição, em Água Fria, e as pessoas podem descartar seus materiais lá. “A gente vai dar a destinação correta”, afirma. “Nós temos empresas que, preocupadas com a questão do meio ambiente e de dar uma melhor destinação possível aos produtos, fazem doações para o AID de materiais que ainda estão funcionando”, exemplifica.

É essencial descartar corretamente produtos de informática. Mesmo que estejam danificados, eles não podem ser jogados no lixo comum porque poluem o meio ambiente e impactam a vida humana, animal e dos biomas.

“Primeiro limpamos esses materiais para desmontá-los e ver o que tem neles separadamente”, diz. “E aí testamos seus componentes. Se nada é aproveitável, mas a memória está boa, nós a retiramos e a levamos para o inventário do AID. Depois, surgiu outro computador, que está com todos os componentes bons, mas a memória não. Pegamos aquela memória e a colocamos nesse que chegou. A partir daí temos um novo computador que vai ser destinado para uma pessoa que está precisando”, explica.

O AID tem três vertentes: acadêmica, social e ambiental. E apesar de estar associado a materiais de informática em geral, o projeto já recebeu pilhas, baterias, celulares e lâmpadas, que são separados e encaminhados para uma instituição que procede com o descarte correto. Ainda, o resíduo gerado pelo projeto é enviado para uma empresa especializada em reciclagem de resíduos eletrônicos. “Nada do que vem para o AID vai parar na natureza”, coloca.

“O ideal seria que a gente não poluísse a natureza, que a gente não jogasse o lixo em geral. Em relação a lixo eletrônico, que a gente entenda que aquilo que não tem valor para nós não necessariamente não tem valor para o outro. O descarte de material deve ser feito de forma responsável. Antes de jogar fora, veja se não tem outra pessoa que utilizaria aquilo. Se quiser, dá um destino mais nobre, não só um destino correto. E essa é a ideia que o AID tenta levar. Dar um destino nobre àquilo que pode ser utilizado e um destino correto aquilo que não tem uso para a gente”, pontua.

Para conhecer

No Brasil, a Política Nacional de Resíduos Sólidos (Lei 12.305/2010) prevê a destinação correta de materiais eletrônicos, que é regulamentada pelo Decreto Federal 10.240/2020. Ela envolve toda cadeia pela qual os produtos passam, como fabricantes e comerciantes. E ainda envolve outros materiais além dos eletrônicos. Sua ideia é promover a logística reversa: conseguir que materiais descartados voltem para a cadeira produtiva como matéria-prima para novos produtos.

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