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Você sabe como funciona o Congresso? Entenda a diferença entre o Senado e a Câmara

Diferentemente das eleições em que a população vota para escolher parlamentares, o processo eleitoral para as mesas é interno, sem participação da sociedade
Congresso
Congresso Nacional (Foto: Arquivo/Agência Brasil)

As eleições para definir os novos integrantes das Mesas Diretoras do Congresso Nacional estão marcadas para este sábado (1º), com participação dos senadores e deputados em exercício. Diferentemente das eleições em que a população vota para escolher parlamentares, o processo eleitoral para as mesas é interno, sem participação da sociedade.

E o pleito pode impactar o processo legislativo a depender de quem for escolhido para presidir as Casas, já que o presidente tem grande peso para decidir e aprovar projetos de lei.14

Apesar disso, a estrutura do Congresso Nacional vai além de deputados e senadores, até mesmo dos presidentes das Casas, e cumpre outras funções além de legislar.

Entenda como funciona o Congresso Nacional e quais são as funções da Câmara dos Deputados e do Senado Federal:

Congresso Nacional

O Brasil adota o modelo legislativo bicameral, representado pelo Congresso Nacional, que é composto por duas Casas: a Câmara dos Deputados e o Senado Federal.

Câmara dos Deputados

A missão da Câmara é representar os brasileiros, promovendo a democracia e o desenvolvimento nacional com justiça social.

Atualmente, a Casa conta com 513 deputados, eleitos para legislar e fiscalizar, conforme estabelecido pela Constituição Federal.

Além disso, a Câmara é responsável por tramitar a maioria dos projetos de leis, com exceção das propostas apresentadas por senadores, que são iniciadas no Senado Federal.

Para funcionar de forma organizada, a Câmara é estruturada da seguinte maneira:

Mesa Diretora: responsável por dirigir trabalhos legislativos e pela administração da Casa. Atualmente, a presidência é ocupada por Artur Lira (PP-AL), a vice presidência por Marcos Pereira (Republicanos-SP), e a 2ª vice-presidência por Sóstenes Cavalcante (PL-RJ).

A cúpula também é formada por quatro secretários, sendo eles: Luciano Bivar (União), Maria do Rosário (PT), Júlio Cesar (PSD) e Lucio Mosquini (MDB).

Colégio de Líderes: com o papel de organizar a pauta das matérias que serão levadas à votação em Plenário, o grupo é formado pelos líderes da maioria, minorias, dos partidos, dos blocos parlamentares e do governo.

Comissões: formadas por parlamentares que analisam e elaboram pareceres técnicos das propostas legislativas, as comissões são compostas por grupos de deputados e podem ser permanentes e temporárias.

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Senado

O Senado também tem competência legislativa. Logo, é encarregado de criar, alterar e debater projetos de lei, assim como a Câmara. Entretanto, a Casa tem algumas funções exclusivas previstas pela Constituição, que incluem:

  • Aprovar a nomeação de cargos de autoridades, como a presidência e diretoria do Banco Central, ministros do STF (Supremo Tribunal Federal) e TCU (Tribunal de Contas da União);
  • Autorizar uso de recursos financeiros pela União, estados e municípios e fiscalizar a dívida externa;
  • Julgar o presidente, vice-presidente e outras autoridades por crime de responsabilidade.

A Casa possui uma Mesa Diretora composta por 11 membros.

Eles são divididos entre os cargos de presidente, eleito a cada dois anos, primeiro e segundo vice-presidentes, quatro secretários e outros quatro suplentes de secretários para substituir os oficiais quando houver necessidade.

Hoje, o Senado é presidido pelo senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG), que também é presidente do Congresso. Eleito em 2021 e reeleito em 2023, Pacheco não poderá concorrer outra vez, pois existe um limite de dois mandatos consecutivos no mesmo cargo. O resto da mesa é composto pelos vice-presidentes Veneziano Vital do Rêgo (MDB-PB) e Rodrigo Cunha (Podemos-AL), que renunciou para ser vice-prefeito de Maceió (AL); pelos secretários Rogério Carvalho (PT-SE), Weverton (PDT-MA), Chico Rodrigues (PSB-RR) e Styvenson Valentim (Podemos-RN); e pelos suplentes Mara Gabrilli (PSD-SP), Ivete da Silveira (MDB-SC), Dr. Hiran (PP-RR) e Mecias de Jesus (Republicanos-RR).

Sessões conjuntas

As duas Casas possuem funções distintas, mas há questões que exigem atuação conjunta. Quando isso ocorre, é feita uma sessão do Congresso Nacional, reunindo senadores e deputados federais para decisões importantes.

Dar posse ao presidente da República

Para garantir a legitimidade e a continuidade democrática do país, o presidente eleito deve tomar posse no Congresso Nacional em uma sessão conjunta das Casas.

Durante a cerimônia, o presidente eleito faz o juramento Constitucional, e em seguida, o presidente do Senado, acompanhado pelo da Câmara, lê os resultados da eleição e oficializa a posse do novo chefe de estado.

Votação de leis orçamentárias

No Brasil, existem três tipos de leis orçamentárias apresentadas pelo presidente do Brasil. Elas precisam passar pelo aval do Congresso.

  • PPA (Plano Plurianual): PPA estabelece diretrizes, objetivos e metas para o governo ao longo de um período de quatro anos.
  • LDO (Lei de Diretrizes Orçamentárias): define as prioridades e metas para o ano seguinte e orienta a elaboração do orçamento anual.
  • LOA (Lei Orçamentária Anual): detalha as receitas e despesas previstas para o governo em um ano.

Esses projetos são analisados pela Comissão Mista de Planos, Orçamentos Públicos e Fiscalização, formada por senadores e deputados. Em seguida, segue para a votação no plenário, podendo ser rejeitado, modificado ou aprovado.

Uma vez aprovado pelo Congresso, o projeto é enviado ao presidente da República. O presidente pode sancionar o projeto com possibilidade de veto.

Se houver retirada de trechos do texto, a proposta volta ao Congresso, onde os deputados e senadores analisam o veto e decidem se seguem com o texto ou não. Para isso ocorrer, é preciso ter uma maioria absoluta de votos, sendo 257 (Câmara dos Deputados) e 41 (Senado Federal).

Declaração de guerra ou paz

Em casos de conflito entre países, o Congresso também tem participação direta quando o presidente propõe uma declaração de guerra ou de paz.

O chefe de Estado só poderá declarar guerra se as Casas aprovarem, a menos que o país esteja sendo atacado, situação que permite ao presidente tomar ações imediatas.

Remuneração de autoridades

As duas Casas também entram em consenso sobre a remuneração dos principais cargos políticos, como o presidente e o vice-presidente da República, os senadores, os deputados e os ministros de Estado.

Convocar consultas populares

As Casas também têm poder para convocar plebiscitos, que são consultas à população para decidir se uma medida deve ser aprovada, ou referendos, em que o povo decide se um projeto já aprovado deve entrar em vigor.

De acordo com a Constituição, os plebiscitos e referendos devem ser convocados por meio de um decreto proposto por ao menos um terço dos membros do Congresso.

Um exemplo é o plebiscito realizado em 1993, em que o povo foi às urnas para votar em qual sistema e forma de governo preferia: monarquia parlamentarista, monarquia presidencialista, república parlamentarista ou república presidencialista.

Deliberar sobre tratados internacionais

O Congresso atua diretamente na deliberação de tratados e acordos internacionais no Brasil. Com isso, a assembleia define se vai aprovar, rejeitar ou impor condições e alterações.

Após as considerações das Casas, fica como função do Executivo sancionar o documento.

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