O casal de sócios da empresa Braiscompany, envolvidos em um esquema de pirâmide financeira, deve ser extraditado em um prazo de três meses. Eles foram presos na Argentina, no último dia 29 de fevereiro.
Em entrevista à TV Correio, o advogado de defesa das vítimas do golpe, Artêmio Picanço, afirmou que vai apresentar um dossiê com novas informações sobre o caso, incluindo a descoberta do esquema relatada em fotos e vídeos. Este material, segundo o advogado, será apresentado à imprensa na próxima sexta-feira (8), em Campina Grande.
Já sobre o processo de extradição de casal, Artêmio explica que com base na extradição de outro envolvido no caso que também foi preso na Argentina, o processo deve se prolongar até junho.
De acordo com Artêmio, o golpe orquestrado por Antônio Inácio da Silva Neto e Fabrícia Farias pode ter feito entre 16 e 18 mil vítimas.
Ele afirma que há chance de todos receberem de volta os valores perdidos. “O que não pode acontecer é as pessoas acharem que vai ‘cair no colo’. A única forma de receber é tentando via ação judicial”, explicou o advogado.
Os bens do casal podem servir justamente para o pagamento dos lesados pelo esquema. “Vai haver uma discussão jurídica sobre esses bens, sobre a destinação: se vai para perdimento da União ou para os lesados. Se a gente tomar como paradigma casos análogos anteriores, vai para os lesados, que são aqueles que entram com a ação judicial”, disse Artêmio.
O advogado também falou sobre a reação das vítimas com a prisão de Antônio e Fabrícia.
“É uma sensação de alívio, de que a justiça está sendo feita. Muitos duvidaram que isso ia acontecer, já tinham dado como perdido, que seria impossível”.
Artêmio também afirma que mais envolvidos no esquema fraudulento podem aparecer com o andar das investigações.
“Acredito que vai haver uma nova fase da operação, com outras pessoas potencialmente envolvidas. É o que eu espero”, apontou o advogado.