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Esporotricose: doença afeta humanos e animais

Especialista do Unipê apresenta os tipos do fungo e a transmissão que leva à doença

Sabemos que no Brasil, em umas regiões mais do que em outras, há um contingente importante de animais errantes ou em situação de rua. E não é incomum que muitos deles tenham doenças. Já notou alguma vez um cachorro ou um gato com pequenas feridas na pele? Pois é, essas lesões podem indicar a esporotricose.

Trata-se de uma infeção provocada por um fungo pertencente ao gênero Sporothrix (S.). Esse fungo, hoje, possui cinco espécies cadastradas: o S. brasiliensis, predominante dentre os casos de esporotricose no Brasil; o S. Schenckii; S. mexicana, comum na América Latina; S. globose e S. luriei.

Transmissão

“O Sporothrix consegue sobreviver na natureza de forma esporulada, principalmente nos fômites, como costumamos denominar, ou seja, no solo, nas madeiras, nas plantas. O fungo, assim, penetra no nosso corpo e no de outros animais através de pequenas aberturas”, explana o Prof. Dr. João Paulo de Lacerda Roberto, coordenador do curso de Medicina Veterinária do Unipê.

Em geral, no caso de animais não humanos, o fungo acomete mais gatos do que cães. “Os gatos têm um comportamento noturno e, por vezes, são animais territorialistas que brigam e se ferem. Os ferimentos são portas de entrada para que o contato da pele com o fungo possa infeccioná-los”, conta João, que é médico veterinário.

E aí vem a pergunta: como seres humanos contraem o fungo de um animal? Da mesma forma, ou seja, por ferimentos abertos. Como gatos têm o costume de realizar uma passagem entre as penas de humanos, isso pode ser uma porta de entrada para a doença, caso o animal esteja doente, salienta João. Além disso, mordeduras e lambeduras também causam a infecção, já que podem romper a barreira cutânea e subcutânea.

Vale lembrar que o fungo também pode ser contraído, por humanos e animais, pela inoculação do fungo na pele a partir de algum trauma com espinhos ou farpas de madeira, por exemplo, e até vegetais em decomposição.

Tipos da doença

A infecção pode ter apresentações clínicas diferentes, tanto para humanos como para animais. Dentre elas, estão:

– Esporotricose cutânea: nela há o aparecimento de pequenos nódulos vermelhos individuais ou múltiplos que podem virar úlceras, geralmente localizados nos braços e nas mãos;

– Esporotricose linfocutânea: envolve os linfonodos e é localizada na parte mais profunda da pele, onde segue o trajeto do vaso linfático afetado;

– Esporotricose disseminada: nesse estágio, a doença acomete outros locais do organismo, comprometendo vários órgãos e ou sistemas (pulmão, ossos, fígado).

Segundo Paulo, a melhor forma de saber se o seu animal ou você próprio está com a doença é buscar a ajuda de um profissional de saúde habilitado. Para os pets, médicos veterinários, e para humanos são os médicos infectologistas ou dermatologistas. “Eles seguirão com o diagnóstico e a melhor terapêutica”, pontua o docente.

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