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Médicos do Trauma chegam a acordo e descartam greve

Os médicos que atendem no Hospital de Trauma de João Pessoa descartaram a possibilidade de greve após assembleia nessa sexta-feira (3). Os profissionais aceitaram a proposta do Governo do Estado sobre contratos até que a fundação estatal PB Saúde seja implementada e passe a gerir hospitais no lugar das organizações sociais.

Os detalhes do que foi acordado entre médicos e Secretaria de Saúde não foram divulgados, mas o primeiro secretário do Sindicato dos Médicos da Paraíba (Simed), Adriano Sérgio, disse à TV Correio que a proposta não teria sido a ideal, apesar de já ser suficiente para que os profissionais não paralisem as atividades.

A possibilidade de greve já havia sido descartada pelo secretário de Saúde, Geraldo Medeiros, que acreditava no diálogo para conseguir acordos com os profissionais e evitar prejuízos a quem precisa dos serviços do Hospital de Trauma.

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A Fundação PB Saúde será um novo modelo gerencial imposto pelo Estado para hospitais, prometendo economizar despesas e facilitar a compra de materiais e insumos para a saúde pública. De acordo com o secretário Geraldo Medeiros, a fundação não contratará outras organizações sociais e será integralmente estatal.

Em abril, o governo prometeu implementar contratos individuais por meio de processo seletivo simplificado para resolver também a situação dos codificados, o que dará maior tempo de serviço para os colaboradores. O processo seletivo será por meio de análise curricular e prova. “Será um processo democrático, que beneficiará a entrada do paraibano na Fundação PB Saúde”, finalizou o secretário.

Servidores “codificados” são aqueles que não têm vínculo com o Estado, mas que recebem salários ao apresentar o CPF na hora do pagamento. O assunto é polêmico e já foi alvo de investigação do Tribunal de Contas do Estado (TCE) e do Ministério Público.

Paralisação

Sábado (28), a cooperativa médica Neurovasc, responsável por atendimentos nas áreas de Neurocirurgia, Cirurgia Vascular e Cirurgia Torácica, decidiu suspender os trabalhos no Hospital de Trauma Senador Humberto Lucena, em João Pessoa, após questionar a Secretaria de Saúde do Estado sobre pagamentos que não teria recebido enquanto o hospital era gerido pelo Instituto Acqua, até sexta (27).

Após os escândalos de corrupção e desvios de dinheiro na Saúde Pública investigados pela Operação Calvário na Paraíba, o Governo do Estado cancelou contratos com organizações sociais e assumiu a gestão de hospitais do estado.

Com as baixas na escala, o próprio secretário de Saúde acabou se dispondo a fazer atendimentos no Hospital de Trauma. No domingo (29), os profissionais voltaram e o retorno ao trabalho aconteceu após um acordo feito entre a cooperativa médica Neurovasc e a Secretaria de Estado da Saúde (SES).

A ameaça de greve continuou e envolveu todos os profissionais do Trauma. A categoria deu até essa sexta (3) para que a Secretaria de Saúde resolvesse o impasse, o que foi possível após acordo.

Secretário de Saúde (dir.) atuando no Trauma durante paralisação de médicos no fim de 2019 (Foto: Divulgação/Secretaria de Saúde do Estado da Paraíba)
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