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Provas tornam ‘frágil’ a defesa de PM em pizzaria, diz delegado

A Polícia Civil informou, ao Portal Correio, que as provas colhidas até o momento apontam para que o caso do policial Fernando Vieira, que matou um jovem e deixou outro ferido em frente a uma pizzaria em João Pessoa, na noite da quarta-feira (12), seja tratado como homicídio, e não como legítima defesa, como alega o advogado do suspeito. O delegado Hugo Helder, chefe da Delegacia de Crimes Contra a Pessoa, pondera que, apesar desta inclinação, as autoridades não descartam considerar outras hipóteses.

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“As provas conduzem para uma investigação de homicídio. Mas não podemos descartar nenhuma prova nesse momento. Para configurar legítima defesa, teria que haver uma reação por parte da vítima e o que nós temos levantado até agora é que não houve reação, por isso que a tese da legítima defesa fica mais frágil”, justifica.

Hugo Helder explica, no entanto, que ainda não pode cravar uma linha de investigação única devido à espera pela coleta de novas provas. “Ainda temos que avaliar as questões periciais. As câmeras sequer foram abertas para nós. Como as imagens foram coletadas através do HD que foi apreendido e não através de pendrive, como a gente faz geralmente, nós não as temos expostas ainda. Elas estão sendo encaminhadas pra perícia, que vai coletar esses dados e posteriormente mandar pra gente”, complementa.

Ainda conforme o delegado, também precisam ser finalizados os procedimentos de coletas de provas testemunhais. “Por esse motivo, nenhuma linha de investigação está descartada”, esclarece, acrescentando que também não é possível indicar qual qualificador seria usado numa possível acusação de homicídio.

Inquérito não considera versão da defesa

Hugo Helder explicou também que a justificativa do advogado de defesa – de que o PM teria agido em legítima defesa putativa, ao imaginar que estava acontecendo um delito – não será levada em consideração no inquérito.

“Como no inquérito a gente não escuta a defesa, então essa prova não será inserida no momento. Isso aí, a suposta legítima defesa putativa, será analisada judicialmente”, destaca o delegado.

O crime

Fausto Targino de Moura Júnior chegou à pizzaria no bairro Jardim Oceania em uma motocicleta, acompanhado por um colega, ao mesmo tempo em que outros conhecidos chegavam em um carro conduzido por motorista de aplicativo. Após estacionar a moto, Fausto e o colega caminharam em direção ao grupo que estava no automóvel. Neste momento, um suposto vigilante da pizzaria – que depois revelou-se ser o PM investigado – abriu fogo. A defesa do policial nega que estivesse prestando serviço de segurança ao estabelecimento. Porém, moradores da região afirmam que ele atuava sim como vigilante.

Os tiros atingiram Fausto e o motorista de aplicativo. Os dois foram socorridos para o Hospital de Emergência e Trauma Senador Humberto Lucena. Fausto Targino de Moura Júnior morreu horas depois. Já o outro baleado, um jovem de 22 anos, seguia internado até a manhã desta sexta-feira (14). Conforme boletim médico, o estado dele é grave.

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