Um ano após a chegada da água da Transposição do Rio São Francisco, o Açude Epitácio Pessoa, em Boqueirão, está 31,36% abastecido. O percentual o deixa fora da lista de reservatórios em situação crítica ou em observação. De acordo com atualização feita pela Agência Executiva de Gestão das Águas (Aesa), o açude está com 129.112.121 metros cúbicos, enquanto sua capacidade total é 411.686.287.
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O presidente do órgão, João Fernandes, avalia que a evolução no abastecimento está dentro do que havia sido previsto por Aesa e Agência Nacional de Águas (ANA). Ele lamentou o fato de o Boqueirão não estar recebendo águas do São Francisco desde o dia 20 de março devido a problemas técnicos, mas destacou que as chuvas que atingem a região nas últimas semanas têm mantido o açude em situação satisfatória.
“A previsão é de mais chuvas no restante do mês de abril e também em maio. Embora não tenhamos como contar com a transposição agora, a natureza tem feito sua parte. Estou muito feliz com os índices. Hoje, temos 129 milhões de metros cúbicos; em abril do ano passado, eram somente 14 milhões. Então, o cenário é muito bom e a expectativa é de mais ganhos”, disse.
Ainda é cedo, no entanto, para fazer previsões de quando o Açude Boqueirão estará completamente abastecido, de acordo com João Fernandes. “Na segurança hídrica, fazemos cálculos antes e depois do período de inverno. Então, após maio, vamos calcular quanto de água temos e por quanto tempo ela será suficiente para o abastecimento. Os ganhos e saída para distribuição são contabilizados diariamente”, explicou o presidente da Aesa.
Antes da Transposição do Rio São Francisco, o Açude Epitácio Pessoa passou por situações de escassez alarmantes. O reservatório chegou a atingir o volume morto. Municípios abastecimentos por ele, incluindo Campina Grande, precisaram enfrentar um rigoroso esquema de racionamento. Moradores recebiam água encanada em suas casas apenas em alguns dias da semana.
Depois da chegada da água do São Francisco, o volume foi melhorando gradativamente e o racionamento chegou a ser suspenso. Na segunda-feira (16), Boqueirão registrou sua maior alta percentual em 10 anos, quando o volume saiu de 25% para 29% no período 24 horas. Outra conquista foi a liberação de águas do reservatório para o Açude Acauã, em Itatuba, que ainda segue em observação, pois está com menos de 20% de seu volume total.
Outros reservatórios
O presidente da Aesa também se disse otimista quanto a situação geral da segurança hídrica em todo o estado. Atualmente, 11 açudes transbordaram devido às chuvas recentes. Estão sangrando os seguintes reservatórios: Araçagi, em Araçagi; Bom Jesus, em Carrapateira; Cachoeira da Vaca, em Cachoeira dos Índios; Cachoeira dos Alves, em Itaporanga; Cafundó, em Serra Grande; Olho d’Água, em Mari; Pimenta, em São José de Caiana; São José I, em São José de Piranhas; São José II, em Monteiro; Taperoá II, em Taperoá; e Vazante, em Diamante.
Além disso, estão próximos de alcançar seus volumes totais os açudes Bichinho, em Barra de São Miguel; Gramame/Mamuaba, no Conde; Jangada, em Mamanguape; São Salvador, em Sapé. Todos eles estão com mais de 90% de suas capacidades.
No Sertão, um dos maiores açudes, o da Farinha, em Patos, está muito próximo de chegar à metade de sua capacidade. O volume atual é 12.705.017 metros cúbicos, o que representa 49,36% do seu limite, que é 25.738.500. Outro açude de grande porte é o Mãe D’Água, em Coremas, que ainda está em situação de observação, mas tem registrado ganhos. O nível de abastecimento atual é 9,24%. Há uma semana, a marca era inferior a 7%. O ganho foi de aproximadamente 2 milhões de metros cúbicos.