O juiz convocado Miguel de Britto Lyra Filho negou pedido formulado pela defesa de Ivan Burity para substituição da prisão preventiva contra ele, decretada no dia 7 de outubro, por medidas cautelares diversas. Ivan é investigado na Operação Calvário e apontado como intermediador de esquema de propina no âmbito da Secretaria de Educação e da Secretaria da Ciência e Tecnologia do Estado. Cabe recurso da decisão.
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Na decisão o juiz destacou as informações trazidas por um dos investigados Leandro Azevedo, que tem colaborado com o processo. De acordo com o seu relato, Ivan Burity tinha diversos contratos com fornecedores, a exemplo de fardamentos e livros, na Secretaria de Educação, fazendo a intermediação com as empresas, uma delas a Brink Mobil, a respeito do valor a ser acertado.
“Restaram narrados vários supostos eventos de pagamento de propina envolvendo Ivan Burity, havendo a peça cautelar transcrito os depoimentos do colaborador, nos quais este relata, detalhadamente, as supostas entregas de dinheiro realizadas pelo referido investigado”, afirmou o juiz, acrescentando que “o apontado crescimento patrimonial de Ivan indicaram, em princípio, um lucro mensal incompatível com a remuneração de Procurador do Estado e de secretário adjunto, fato que poderia estar atrelado à suposta mercância de contratos no âmbito da Educação”.
Ainda conforme o juiz, existe necessidade de que Ivan seja mantido em prisão preventiva para fins de garantir a ordem pública tendo em vista a gravidade dos fatos delitivos praticados, bem como a periculosidade do investigado e o risco de reiteração delitiva.
A Operação Calvário foi iniciada em dezembro de 2018 e expôs um esquema responsável pelo desvio de mais de R$ 1 bilhão da Saúde. Conforme o Gaeco/MPPB, as fraudes envolviam agentes públicos e Organizações Sociais (OS) que gerenciavam hospitais. Na semana passada, porém, com a deflagração da quinta fase da operação, o âmbito de investigação da Calvário foi expandido.
Além da suposta participação do então secretario executivo de Turismo, passou-se a apurar o envolvimento de editoras de livros e do então secretário da Educação e da Ciência e Tecnologia da Paraíba, Aléssio Trindade. Ivan Burity e Aléssio Trindade foram exonerados pelo governador João Azevêdo no dia seguinte.