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Sarampo, malária e crise em hospitais agravaram saúde pública

A Paraíba teve muito o que se preocupar no ano de 2019 quando se tratou do assunto saúde pública. O episódio mais chamativo foi a volta da malária, com mais de 20 casos confirmados. Também houve o aumento de casos de sarampo. Confira a seguir os assuntos que tiveram destaque.

  • Sarampo voltou de vez

A doença que atinge o sistema respiratório, que atinge principalmente crianças e pode levar a morte, voltou ao Brasil depois de muitos alertas sobre a queda histórica na cobertura vacinal. Na Paraíba, até o mês dezembro, foram notificados 331
casos suspeitos de sarampo, em 81 dos 223 municípios.

Segundo a Secretária Estadual de Saúde da Paraíba (SES) foram confirmados, ao longo do ano, 52 casos (15,7%), 183 descartados ( 55,3%), 96 ainda estão sob investigação (29%).

Os municípios onde a doença foi confirmada são: Bananeiras, Barra de São Miguel, Bayeux, Cabedelo, Campina Grande, Conde, Congo, Guarabira, Imaculada, João Pessoa,
Mamanguape, Santa Cecília, Santa Cruz, Santa Rita, São Miguel de Taipu e Sousa. A Capital se destacou pelo maior número de casos confirmados, com 18 casos.

A Saúde também apresentou o balanço nacional em relação a doença. No Brasil foram notificados 61.293 casos suspeitos, destes, foram confirmados 15.914 (26%) casos, sendo 12.188 (76,6%) por critério laboratorial e 3.726 (23,4%) por critério clínico epidemiológico. Foram descartados 50% dos casos e permanecem em investigação mais 24%. No ano passado foram confirmados 10.262 casos em todo o Brasil.

No mês de outubro houve a campanha de vacinação contra o Sarampo e a Paraíba esteve entre os 14 estados que superaram a meta de imunização.

  • Malária

mosquito transmissor da malária

Mosquito Anopheles, transmissor da malária (Foto: Divulgação/Portal Biologia)

Em abril, uma mulher de 35 anos esteve internada no Hospital Universitário Lauro Wanderley, em João Pessoa, diagnosticada com malária. Esse foi o primeiro registro de malária na Paraíba após dois anos sem casos. O ano de 2019 terminou com um total de 21 casos confirmados pela Secretária Estadual de Saúde (SES).

Depois de dez casos confirmados de malária na Paraíba, a SES afirmou que o Estado estava vivendo um surto da doença. A hipótese mais considerável da Vigilância Epidemiológica do Estado era de que algum turista proveniente de uma região endêmica da malária tenha chegado doente ao município. A maioria dos casos registrados são de moradores do município do Conde, Litoral Sul da Paraíba.

De 1994 a 2018, foram notificados, na Paraíba, 175 casos suspeitos de malária. Destes, 70 são de pacientes residentes na Paraíba e todos foram registrados como casos importados, ou seja, pessoas que se deslocaram para regiões endêmicas, foram infectadas e retornaram para o estado de residência.

Uma pesquisa feita por um grupo internacional de pesquisadores identificou um composto capaz de interromper o ciclo de vida do parasita causador da malária no corpo humano. Os resultados desse estudo abrem caminho para que um novo medicamento contra a doença seja desenvolvido.

  • Aids na Paraíba

Aids

Imagem Ilustrativa (Foto: Arquivo/Agência Brasil)

A Paraíba registrou uma redução de 21,5% dos novos casos de Aids. Os dados são do Boletim Epidemiológico divulgado pela Secretaria de Estado da Saúde (SES) no mês de novembro.

Na Paraíba, o boletim traz dados sobre a diminuição de 9,2% no diagnóstico de novos casos de HIV. Em todo o estado 7.132 que estão em tratamento e convivem com o vírus, mas não desenvolveram a forma agravada da doença, a Aids.

Em 2019, até outubro, foram registrados 221 casos de Aids no sexo masculino e 65 casos no feminino. Em relação ao perfil, a maior incidência está entre homens, heterossexuais, na faixa etária de 20 a 49 anos.

Já em João Pessoa, houve um aumento de novos casos de Aids. Foram identificados 2.036 casos, no período de 2007 até outubro de 2019, sendo 120 casos nos 10 primeiros meses deste ano. Já no ano de 2018 foram identificados 173 casos da doença.

Em dezembro o Governo da Paraíba participou da campanha ‘Dia Mundial de Luta Contra a Aids’, que tem o intuito de incentivar as pessoas sobre a prevenção do vírus e busca pelo tratamento.

  • Situação dos hospitais

O ano de 2019 foi bastante polêmico para os hospitais da Paraíba. Em abril, quatro hospitais sofreram intervenções em Patos, Taperóa e Cubati.

Com falta de medicamentos, insumos, equipamentos e até estrutura adequada, o Conselho Regional de Medicina (CRM) identificou tais problemas em 118 unidades de saúde na Paraíba. De acordo com o levantamento, 63,6% dos hospitais e maiores serviços de saúde fiscalizados oferecem risco ao exercício da medicina e à segurança do paciente.

Nos hospitais de João Pessoa, a situação não foi diferente. No Hospital Napoleão Laureano, foi constatada a falta de medicamentos para pacientes de quimioterapia, além de insumos como luvas e soro fisiológico. No Hospital de Valentina, após a denúncia de que havia uma defasagem de médicos na unidade, o CRM-PB confirmou que em alguns dias apenas um ou dois médicos estão no plantão do hospital. Os hospitais Arlinda Marques, Trauminha de Mangabeira, UPA de Cruz das Armas também foram fiscalizados e também enfrentam problemas.

Em dezembro, o Relatório de Inspeção Nacional de Hospitais Psiquiátricos do Brasil, feito em dezembro de 2018, expôs as irregularidades no Hospital Psiquiátrico Colônia Juliano Moreira. Entre os problemas listados estão má administração de medicamentos, maus-tratos e isolamento.

No fim do ano, médicos do Hospital de Trauma Senador Humberto Lucena, em João Pessoa, pararam as atividades por causa de problemas com salários. Uma cooperativa com mais de 50 médicos interrompeu os serviços na unidade, mas retomou os trabalhos após acordo com o Governo do Estado. Durante os problemas, o secretário de Saúde do Estado assumiu o plantão no Trauma para ajudar nos atendimentos.

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